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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 02/04/2020 - Nota
Nota de repúdio ao Partido Novo pelas propostas de redução salarial dos servidores públicos
Cortar salários do funcionalismo não vai solucionar a crise
Em tempos de pandemia, onde todas as atenções deveriam estar voltadas para a saúde e a criação de políticas públicas que garantam salários e dignidade a população, servidores e servidores públicos enfrentam mais um ataque da classe política brasileira. O Partido Novo, cujas práticas políticas nasceram velhas, apresentou, por meio de seus deputados federais, duas emendas à PEC 10/2020, do chamado “Orçamento de Guerra”, para o período de calamidade pública em decorrência da pandemia do coronavírus. As duas propostas têm como principal objetivo permitir a redução temporária de salários dos servidores públicos.
As emendas suspendem a garantia da irredutibilidade de subsídios dos servidores enquanto durar o estado de calamidade, bem como estabelecem a redução de subsídios e proventos de maneira progressiva e escalonada, de forma cumulativa. A margem de redução vai de 26% até 50%, dependendo do valor do salário.
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), como entidade que representa professores que, de uma forma ou de outra, estão ajudando no combate ao coronavírus, repudia este tipo de medida e propositura. Causa estranheza que um partido que se intitula “Novo” opte por deixar nas costas do funcionalismo público os prejuízos causados pela pandemia.
Reduzir salários e cortar direitos do funcionalismo público, que há anos já dá sua contribuição à sociedade, não vai ajudar em nada na superação da crise. Nossa maior indignação é que há diversas formas de enfrentar os prejuízos econômicos causados pela pandemia sem que os funcionários públicos ou os trabalhadores como um todo sejam prejudicados. Afinal, a taxação de grandes fortunas, por exemplo, está prevista na Constituição Federal, mas nunca foi efetivada por falta de regulamentação.
Certamente, o assunto é delicado porque atinge a parcela mais rica e que concentra milhões e bilhões em contas bancárias. E, com certeza, os donos das grandes fortunas exercem grande poder e influência na classe política e em órgãos que deveriam estabelecer o imposto.
Nunca a sociedade precisou tanto dos servidores públicos. E a classe política, ao invés de valorizá-los, prefere ataca-los. O Adufg-Sindicato já acionou seu departamento jurídico e acompanhará atentamente a tramitação da PEC. Os servidores públicos não ficarão desamparados. A entidade, mais uma vez, vai à luta e defenderá os serviços públicos e todos os direitos do funcionalismo.
Goiânia, 02 de abril de 2020.
Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg)