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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 09/01/2025 - Artigo de Opinião

Sem anistia! O 8 de janeiro e a jovem democracia brasileira

Sem anistia! O 8 de janeiro e a jovem democracia brasileira

Nesta quarta-feira (08) o governo federal relembrou a tentativa de golpe que o país sofreu em 2023 com um ato em Brasília. Na ocasião, além do retorno de obras depredadas pelos vândalos golpistas, Lula e os manifestantes “abraçaram” a democracia em uma manifestação simbólica de que os setores da extrema direita foram derrotados naquele momento. Num misto de falta de coragem e de competência, Bolsonaro e uma parcela significativa do alto escalão das forças armadas falharam em derrubar as nossas instituições e reviver os tenebrosos anos de chumbo que se iniciaram em 1964.

Nossa democracia é jovem e sua história está cheia de reveses. Vivemos atualmente o maior período democrático da história do nosso país. Talvez por estarmos inseridos nesse contexto, nem sempre é possível enxergar a dimensão disso.

Nossas instituições podem parecer sólidas e firmes. Entretanto, os ataques de 8 de janeiro de 2023 e os planos de assassinar Lula, Alckmin e Moraes revelados pela Polícia Federal desnudaram a nossa fragilidade. Se os algozes da democracia não fossem tão incompetentes, poderíamos estar em uma realidade completamente diferente hoje. Não podemos nos esquecer que, há poucos anos atrás, éramos proibidos de termos nossa organização sindical, de publicarmos nossas opiniões em artigos e sequer de discordarmos do governo.

Por esse motivo, mais do que celebrar a vitória sobre o arbítrio, precisamos estar preparados para nos defender dos ataques fascistas ao nosso país. E isso passa pela exemplar punição dos articuladores e dos executores da tentativa de golpe. Nesse sentido, a simples menção à palavra “anistia” deve ser veementemente refutada. É dever do estado brasileiro e de suas instituições garantir que as aspirações golpistas, que sempre estão presentes nos quartéis, não prosperem.

Nossa jovem democracia precisa mostrar que está madura o suficiente para aguentar ataques de quem quer que tente a tomar de assalto. Mais do que isso, precisa avançar para garantir os direitos da população mais carente, com acesso à educação, à saúde, ao esporte, ao lazer e à dignidade cidadã. E não é possível fazer isso com uma faca golpista no pescoço.

Por: Flávio Silva - Diretor Administrativo do Adufg-Sindicato e Vice-Presidente do PROIFES-Federação e Presidente da CUT-GO