Roda de Leitura realiza reunião com debate sobre o livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, no dia 08 de maio

No dia 08 de maio, a Biblioteca Adufg/Libris, na sede Goiânia, irá sediar uma nova edição da Roda de Leitura, que irá trazer para análise o livro “Quarto de Despejo”, da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus. Publicado originalmente em 1960, a obra é um relato autobiográfico da vivência da autora como mãe, moradora da favela e catadora de papel. Participe!

“Quarto de Despejo” foi a estreia de Carolina Maria de Jesus na literatura, possibilitada pela sua amizade com o jornalista Audálio Dantas, que foi o primeiro editor da obra. O livro fez um sucesso estrondoso, tendo vendido 10 mil exemplares em apenas uma semana, e sido traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e a tiragem recorde, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelaram o interesse do público e da mídia da época pelo ineditismo da narrativa da favelada catadora de papeis e de outros lixos recicláveis.

Sobre a última reunião

Em 03 de abril, a Roda de Leitura trouxe para análise a obra “Garota Exemplar”, da escritora estadunidense Gillian Flynn. O romance, publicado originalmente em 2012, aborda o casamento conturbado entre Nick e Amy Dunne, que vira de ponta-cabeça quando Amy desaparece e Nick surge como o principal suspeito do suposto assassinato de sua esposa.

“Garota Exemplar” é o terceiro romance de Flynn, que fez sua estreia literária com “Objetos Cortantes”, em 2006. Ambas as obras ganharam adaptações aclamadas para o cinema e a televisão: enquanto sua obra mais recente deu origem ao filme de suspense homônimo dirigido por David Fincher e estrelado por Ben Affleck e Rosamund Pike, seu primeiro livro foi adaptado como uma minissérie na HBO supervisionada por Jean-Marc Vallée e estrelada por Amy Adams.

Tanto o livro quanto o filme de “Garota Exemplar” acompanham duas perspectivas simultâneas: a de Nick, que gira em torno da investigação policial do desaparecimento de sua esposa; e de Amy, explorando mais sobre seu passado com seus pais ricos, autores de uma série de livros infantis que não só foram inspirados pela vida da filha como também impuseram padrões altíssimos de comportamento em seu dia-a-dia.

Enquanto os capítulos dedicados a Nick seguem o ritmo de um romance investigativo, os de Amy lembram mais um suspense psicológico, mergulhando fundo na cabeça da personagem para buscar as motivações de suas ações, moralmente ambíguas em sua essência. Além disso, Flynn faz com que ambos os narradores não sejam 100% confiáveis, de modo que suas perspectivas não são tomadas como verdade absoluta. Isso permite que a autora surpreenda o leitor constantemente com as reviravoltas que a trama dá.

O livro foi um sucesso de vendas, sendo o best-seller número 1 do New York Times por oito semanas consecutivas. O filme, lançado em 2014, também foi bem-sucedido, arrecadando US$370 milhões de bilheteria e recebendo aclamação da crítica, que destacou a performance de Rosamund Pike como Amy. A atriz britânica foi indicada ao Oscar, ao BAFTA, ao Critics’ Choice Awards, ao Globo de Ouro e ao Prêmio do Sindicato dos Atores pelo seu papel.