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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 06/09/2024 - Folha, Na mídia

40% dos cursos médicos de especialização são de ensino a distância, aponta estudo da USP

Pela legislação, médico com pós-graduação não pode se apresentar como especialista; profissionais recorrem à Justiça

40% dos cursos médicos de especialização são de ensino a distância, aponta estudo da USP
0 Pacientes aguardam atendimento por suspeita de dengue em UPA de Itaquera, na zona leste da cidade; espera por especialistas ainda é grande - Alessandra Monterastelli-3.jun.2024/Folhapress/Folhapress

Cerca de 40% dos cursos médicos de especialização do país funcionam na modalidade de ensino a distância (EaD), o que seria incompatível para uma boa formação em áreas da medicina que demandam conteúdo prático em ambiente presencial.

Os dados são de um estudo da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em parceria com a AMB (Associação Médica Brasileira) e foram extraídos do projeto "Demografia Médica no Brasil 2025".

Presenciais ou a distância, esses cursos médicos de pós-graduação lato sensu têm sido alvos de disputas judiciais porque a legislação impede que médicos que o fazem se apresentem como especialistas.

As regras atuais determinam que o título de médico especialista só pode ser obtido após conclusão de programas de residência médica, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica ou por meio das sociedades de especialidades filiadas à AMB (Associação Médica Brasileira).

A residência médica varia de dois a cinco anos, de acordo com a especialidade. Completada essa etapa, o médico pode se habilitar a prestar o exame para obter o título de especialista.

O trabalho identificou 2.148 cursos de pós-graduação lato sensu em medicina, ofertados por 373 instituições. Mais de 90% deles são pagos, a maioria (82,5%) em instituições privadas. As públicas são responsáveis por 17,5% do total de cursos pagos.

Embora sejam obrigatórios o credenciamento da instituição de ensino e o registro de informações gerais junto ao MEC (Ministério da Educação), a oferta desses cursos independe de autorização ou reconhecimento de órgãos do governo.

Leia na íntegra: Folha de S. Paulo