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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 28/08/2024 - Folha, Na mídia

Desnutrição cresceu entre crianças indígenas em 2023, e acesso a educação seguiu pior entre negros

Observatório das Desigualdades mostra melhora relativa de condições de vida, mas distância permanente entre vários grupos sociais

Desnutrição cresceu entre crianças indígenas em 2023, e acesso a educação seguiu pior entre negros
Crianças yanomami internadas no Polo Base de Surucucu, na Terra Indigena Yanomami, em Roraima

A desnutrição infantil aumentou entre crianças indígenas, e a escolarização estagnou em níveis baixíssimos entre crianças e jovens negros (soma de pretos e pardos). Nos dois casos, que compõem um contexto de acesso precário a direitos fundamentais, minorias seguem as condições de vida desiguais em relação à população branca e mais rica.

Houve um aumento de 16,1%, entre 2022 e 2023, na desnutrição entre meninos indígenas até 5 anos de idade, e de 11,1% entre meninas indígenas na mesma faixa etária. Já a taxa de escolarização no ensino superior, que entre homens negros é cerca de metade do que se vê entre brancos, manteve-se praticamente inalterada nesse período.

Esses dados estão na nova edição do Observatório das Desigualdades, lançada nesta terça-feira (27), junto a mais de 40 índices que apontam como vários segmentos da população vivem de forma diferente questões como acesso a renda, educação, transporte público, mudanças climáticas, violência urbana e representação política.

O levantamento é uma iniciativa do movimento Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, que reúne 200 entidades, entre organizações do terceiro setor, associações municipais e de classes profissionais. De forma geral, os dados demonstram uma enorme distância entre diversos grupos étnicos e entre homens e mulheres, mesmo nos casos em que os índices melhoraram para todos.

"Estudamos múltiplas desigualdades porque elas se conectam, penetram em todas áreas e atividades da sociedade brasileira, e uma se torna causa da outra", diz o empresário Oded Grajew, fundador da Grow e membro do Pacto. "O objetivo é mostrar o tamanho das desigualdades e a agenda necessária para combatê-las. Com esse levantamento, ninguém pode dizer que não conhece as desigualdades brasileiras nem por onde começar e o que fazer."

Leia na íntegra: Folha