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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 24/02/2025 - Notícias

Sétima edição do PodAdufg debate o cenário do cooperativismo popular e o incentivo à economia de pequenos empreendimentos

Sétima edição do PodAdufg debate o cenário do cooperativismo popular e o incentivo à economia de pequenos empreendimentos

A sétima edição do PodAdufg, que ocorreu na última sexta-feira (21), trouxe um tema bastante pertinente e ainda pouco debatido: o papel do cooperativismo no desenvolvimento atual, sobretudo no contexto da economia solidária. 

Os convidados Fernando Bartholo, Celma Grace e Luiz Felipe trouxeram luz sobre o tema, destacando as diferenças entre os modelos de cooperação, a atuação da Incubadora Social da UFG e os desafios na implementação de políticas públicas, bem como o destaque à atuação bem sucedida da Cooperativa Bordana no estado de Goiás. 

Fernando Bartholo é ex-coordenador da Incubadora Social da UFG e exalta a grandeza do cooperativismo brasileiro, que movimentou mais de 650 bilhões de reais anuais e alcançou 23 milhões de pessoas, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024. 

Segundo ele, o cooperativismo pode ser definido como um sistema de produção baseado na coletividade e no interesse econômico em comum. Nesse modelo de empreendimento, não há uma relação de propriedade entre os cooperados e sim de sociedade, ao contrário do que costuma defender o capitalismo tradicional. 

Apesar disso, existem dois modelos distintos que merecem ser diferenciados: “O cooperativismo empresarial que tem como foco o mercado, com a união de esforços que promova a competição com grandes corporações. E o cooperativismo popular que é baseado na economia solidária, abrangendo um público em estado de vulnerabilidade social e que tem como principal interesse promover o sustento dessas pessoas.” 

Ele cita como exemplo os catadores de material reciclável e coleta seletiva, público atendido pela Incubadora Social da UFG, que já possibilitou geração de renda a vinte cooperativas de doze municípios goianos. 

Fernando destaca o papel da Incubadora Social da UFG no apoio à existência dessas cooperativas populares. “Procuramos estabelecer um novo modelo de produção, de agir econômico, calcado na questão coletiva, no processo autogestionário e nos quatro pilares da economia solidária: cooperação, solidariedade, sustentabilidade e autogestão”. 

Celma Grace é idealizadora, co-fundadora e presidenta da Cooperativa Bordana. A associação é amplamente reconhecida no cenário goiano por promover a inclusão social e econômica por meio da produção artesanal do bordado, destacando as belezas do Cerrado em suas obras. 

Em suas palavras, ela ressalta o processo de criação da Bordana e o apoio da Incubadora na criação do empreendimento, com ênfase no processo da autogestão. 

“A incubadora foi fundamental nesse processo de surgimento da cooperativa e o apoio do Fernando foi necessário no entendimento de que todos os sócios são donos do negócio, com decisões coletivas e democráticas. O desafio maior foi administrar o coletivo, promovendo a conciliação de ideias e o respeito ao espaço que cada um queria ocupar dentro da iniciativa”, esclarece Celma. 

Ela relembra o primeiro contato da Bordana com a UFG e defende o potencial que a universidade tem para criar iniciativas que beneficiem a comunidade. “A nossa primeira coleção foi feita em 2013, chamada ‘Nas Asas do Bem-te-vi', com o apoio da Faculdade de Moda. Na ocasião, a prof.ª Maristela Novaes levou as alunas até a Bordana e houve uma troca de conhecimentos muito importante para nós .E seguimos até hoje, com o apoio também do Adufg-Sindicato na divulgação do nosso trabalho”.

Exposição Rebrotar

Luiz Felipe é aluno de Design de Interiores da UFG e Diretor Criativo da Cooperativa Bordana. Ele explica quais os objetivos por trás da exposição “Rebrotar - Lições do Cerrado”, que está disponível no Espaço Foyer do Adufg-Sindicato até o dia 28 de fevereiro. 

“Trouxemos peças de decoração para destacar a renovação do Cerrado, enfatizando a transição entre os períodos da seca e da chuva, com o renascimento dessas plantas. A coleção traz tons mais sóbrios e contrasta com o colorido desse aspecto do rebrotar”, define o diretor.

Desafios 

Fernando ainda propõe a necessidade de que os governantes enxerguem a economia solidária como uma oportunidade na geração de políticas públicas essenciais na melhoria socioeconômica. 

“Se nossos governantes olhassem a economia solidária com mais carinho, poderiam entender que essa iniciativa representaria solução para muitos problemas, retirando das ruas diversas famílias e dando oportunidade dentro das cooperativas àqueles que precisam prover o seu sustento”, defende o profissional.