Notícias

Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 20/02/2025 - Notícias

Fevereiro roxo e Lúpus: aprenda a identificar os sintomas e buscar tratamento

Fevereiro roxo e Lúpus: aprenda a identificar os sintomas e buscar tratamento

Fevereiro Roxo é o mês de conscientização das doenças crônicas, ou seja, aquelas que não têm cura. Uma delas e pouco conhecida é o Lúpus, uma enfermidade autoimune em que os anticorpos do próprio paciente atacam as células saudáveis, por engano.

As principais vítimas são mulheres entre 19 e 50 anos, com mais de 24 mil óbitos constatados entre 2000 e 2019, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Mulheres em idade fértil também estão mais propensas a adquirirem a doença, por conta da presença do estrogênio no organismo. Contudo, a enfermidade pode também acometer homens. 

Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento e exige cuidados constantes. Saiba identificar as principais causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. 

Tipos de Lúpus

As quatro principais formas da doença são Lúpus Discoide, Lúpus Sistêmico, Lúpus induzido por drogas e Lúpus Neonatal. Saiba como identificar cada um:

Lúpus Discoide - é caracterizado pelo surgimento de lesões avermelhadas, com  tamanhos, formatos e colorações diferentes, especialmente no rosto, na nuca e no couro cabeludo.

Lúpus Sistêmico - é o tipo mais comum, podendo ser leve ou grave. Nesse tipo, a inflamação é generalizada e pode comprometer, além da pele, outros órgãos e sistemas. Importante frisar que o lúpus discoide pode evoluir e se tornar lúpus sistêmico.

Lúpus induzido por drogas - nesse tipo, os sintomas da inflamação são parecidos com o do lúpus sistêmico, ocasionados pela ingestão de substâncias presentes em algumas drogas e/ou medicamentos. 

Lúpus Neonatal - é o caso mais raro, passado de mãe para filho por meio da gestação. Ao nascer, a criança pode apresentar erupções na pele, baixa contagem de células ou problemas no fígado, que desaparecem naturalmente após alguns meses. 

Causas

Por ser um comportamento anormal do corpo humano, não se sabe ao certo a causa do Lúpus. Contudo, especialistas alertam para algumas possíveis motivações, graças a combinação de fatores genéticos, hormonais, infecciosos e ambientais. As principais são: 

Luz solar - a forte onda de calor que atinge o país sinaliza cuidados que devemos ter em relação ao sol. Se a exposição ocorrer em horários inadequados e sem proteção solar, pode haver o agravamento ou início de inflamação que origine o Lúpus. 

Infecções - ao adquirir uma infecção, ocorre naturalmente o enfraquecimento do sistema imunológico, o que pode ocasionar um quadro leve ou mais grave da doença.

Medicamentos - o uso contínuo de medicamentos para convulsões, pressão alta ou mesmo para tratar bactérias, como os antibióticos, também são atrelados ao desenvolvimento do Lúpus. 

Sintomas

Os sintomas da Lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente, com diferentes níveis de gravidade e periodicidade. É comum que eles se agravem por um tempo e sumam.

Entre as evidências mais comuns, estão fadiga, febre, rigidez muscular, inchaço, lesões na pele, dores em geral, queda de cabelo, entre outras. O sintoma mais característico é a mancha na face conhecida como "asa de borboleta", uma vermelhidão que atinge nariz e bochechas e causa inchaço e queimação. 

Caso você identifique o aparecimento ou persistência de alguns desses sintomas, não hesite em procurar um médico. 

O reumatologista e professor do Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFG, Nilton Antônio da Silva, afirma que os últimos avanços da ciência permitiram um melhor conhecimento acerca dos aspectos da doença, além de testes diagnósticos mais precisos e novas descobertas de tratamentos imunobiológicos. 

Ele garante que é possível ter uma vida normal, desde que haja o acesso à boas informações e a um tratamento adequado. 

“Felizmente, os recursos disponíveis permitem identificar a evolução do Lúpus. As pessoas acometidas têm uma vida normal, com filhos e trabalho. A dificuldade existe quando há retardo no tratamento, com difícil acesso aos especialistas. Isso ocorre por falha do atendimento público, por falta de esclarecimento dos responsáveis pelo paciente, ou do próprio paciente”, esclarece o especialista.