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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 13/02/2025 - Notícias
Campanha Fevereiro Roxo alerta para a conscientização contra doenças crônicas, como o Alzheimer

No mês de fevereiro nos atentamos à campanha de conscientização de doenças crônicas, o “Fevereiro Roxo”. O objetivo é chamar a atenção para o diagnóstico, prevenção e compreensão acerca de doenças como Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus.
A escolha da cor não é por acaso: ela simboliza a luta contra essas enfermidades, buscando sensibilizar a sociedade sobre tais condições, disseminando os valores da solidariedade que representam a causa.
Nesta série de três etapas, iremos nos aprofundar acerca das doenças. Começando pelo Alzheimer.
O Alzheimer
A Doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta de forma mais comum a partir dos 65 anos, resultando na deterioração cognitiva e da memória, comprometendo atividades do dia a dia e causando alterações comportamentais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil vivem com alguma forma de demência, com 100 mil novos casos diagnosticados por ano. Em todo o mundo, estima-se que esse número possa chegar a 50 milhões de pessoas.
A doença tem início quando as proteínas do sistema nervoso central não são bem processadas. Logo, os fragmentos que não foram digeridos acabam intoxicando os neurônios, provocando a perda progressiva em certas regiões do cérebro, como no hipocampo, parte responsável pela memória, e no córtex cerebral, que influi diretamente na linguagem, memória e raciocínio.
Os cientistas já sabem que a doença afeta, em sua maioria, as mulheres e uma pesquisa recente mostrou o porquê. Segundo artigo publicado na revista Molecular Psychiatry, foram identificados em mulheres com neurodegeneração níveis reduzidos da molécula acetil - L - carnitina, utilizada para a produção de energia. Para que a gordura ingerida na alimentação seja digerida é necessária a presença da carnitina, responsável por liberar energia para a realização de atividades diárias.
Diagnóstico
A identificação da doença é feita por exclusão. Isso quer dizer que o médico, psiquiatra geriatra ou neurologista especializado, avalia se o paciente apresenta quadro de depressão e solicita a realização de exames laboratoriais com ênfase na função da tireoide e níveis de vitamina B12 no sangue.
Cabe ressaltar que o diagnóstico precoce é fundamental para a eficácia do tratamento, possibilitando a estabilização ou retardamento da progressão da doença.
Sintomas e tratamento
Ainda não há estudos que identifiquem as causas da doença, porém cientistas acreditam ser uma predisposição genética. É importante destacar que a doença evolui gradativamente, de forma lenta e contínua. O quadro clínico costuma ser descrito em quatro fases:
- Estágio 1 (forma inicial): ocorrem alterações na memória e na personalidade, bem como a perda de habilidades visuais e espaciais;
- Estágio 2 (forma moderada): as tarefas simples já não são realizadas e há agitação, insônia e dificuldade para falar;
- Estágio 3 (forma grave): nessa fase, a deficiência motora já é perceptível, há dificuldades para comer e resistência na realização de tarefas cotidianas;
- Estágio 4 (terminal): o/a paciente restringe-se ao leito, não há mais vontade de se comunicar. As infecções se tornam recorrentes.
A perda de memória recente é o principal sintoma. Contudo, outros podem ser identificados como repetição de perguntas, dificuldades de entendimento e vocabulário, agressividade e irritabilidade, o que também leva ao isolamento.
O médico Victor Caixeta é Doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFG e esclarece que, no senso comum, há a crença que medicamentos específicos são capazes de reverter um quadro de demência, como na Doença de Alzheimer. Contudo, esses remédios não têm eficácia completa e exigem cuidados:
“Em muitos casos os medicamentos têm resultados parciais, e não conseguem gerar uma melhora plena de lesões cerebrais estruturais já consolidadas”.
Ele ressalta a importância da prevenção e tratamento adequados. “A prevenção e tratamento de ambas precisa de grande atenção aos fatores de risco cardiovascular, como obesidade, hipertensão arterial, ‘colesterol alto’, diabetes, tabagismo e sedentarismo. Muitas vezes, o controle desses fatores (que pode inclusive ocorrer com consultas regulares e frequentes no clínico geral) traz grande impacto, mas acaba não sendo feito”.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento especializado na Atenção Básica, o que pode oferecer melhores resultados nos casos descobertos em estágio inicial. Entre as principais medidas de prevenção, os especialistas indicam manter a mente sempre ativa, com hábitos de leitura e escrita, além da manutenção de uma alimentação saudável aliada à prática de atividades físicas.
“Temos também que sempre buscar corrigir déficits sensoriais, manter vida ativa, com o máximo de atividades (lazer, estudo, trabalho) e manter exercício físico regular, com acompanhamento de Professor de Educação Física ou Fisioterapeuta. Dessa forma, a idade pode chegar com qualidade de vida e sem perdas significativas”, ressalta o profissional.