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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 24/01/2025 - Cultura e eventos
Uma conquista brasileira! ‘Ainda Estou Aqui’ recebe três indicações no Oscar com temática que não podemos esquecer

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui continua quebrando barreiras no cenário internacional. O longa foi indicado a três categorias do Oscar, sendo que uma inédita para o cinema do Brasil: a de melhor filme. O longa ainda vai concorrer como melhor filme internacional e por melhor atriz, com Fernanda Torres. A premiação do Oscar está marcada para o dia 2 de março.
Ainda Estou Aqui é um longa de drama biográfico que partiu da adaptação do livro homônimo escrito pelo jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva. Ele conta a história da própria família, mas com ponto focal na figura da própria mãe, Eunice Paiva. Ela se transforma no longa como uma ativista dos direitos humanos, principalmente na defesa das causas indígenas. O marido de Eunice, e pai de Marcelo, o ex-deputado Rubens Paiva, foi preso, torturado e assassinado pelos militares no período ditatorial no Brasil, mas precisamente no início do ano de 1970. O corpo dele nunca foi encontrado e a certidão de óbito foi emitida apenas em 1995, mas sem a causa da morte.
Recentemente, o documento passou por uma atualização, após uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na nova versão, o documento destaca que ele teve morte "não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964".
Reconhecimento de uma luta incansável
O filme, além de reverenciar o cinema nacional, é uma luta para que um período tão violento, como foram os quase 24 anos que durou a ditadura no Brasil, nunca caia em esquecimento. Eunice Paiva é apenas um exemplo de tantas famílias que não puderam se despedir de maneira digna dos seus entes que foram mortos de maneira brutal pelo Estado Brasileiro.
A luta pelos direitos humanos e a defesa da democracia sempre serão bandeiras defendidas pelo Adufg-Sindicato. A Diretora de Assuntos Interinstitucionais, Geovana Reis, ressalta a importância do longa nacional na maior premiação do cinema mundial, e exalta a relevância da temática do filme, que nos proporciona a fazer uma reflexão sobre o que foi aquele período, e da importância de ser voz para aqueles que não são vistos ou esquecidos na sociedade.
“A defesa dos Direitos Humanos era crucial naqueles tempos e continua sendo até hoje. Infelizmente, nos deparamos com situações de grupos sendo discriminados ou hostilizados pela sua crença, pela sua cor, pela sua orientação sexual, e isso não pode mais ser tolerado. Além disso, a defesa da democracia deve sempre ser soberana a qualquer ideologia ou posicionamento político. Não queremos e não podemos voltar a viver anos macabros como foram os da Ditadura no Brasil. A gente segue na defesa da dignidade, respeito e inclusão”, pontua.