Nova diretoria quer dar cada vez mais protagonismo à Proifes-Federação na defesa dos direitos dos docentes

Promover a defesa intransigente dos direitos da categoria docente e se fazer presente nas discussões nacionais internacionais sobre educação. Estes são alguns dos principais objetivos da nova diretoria da Proifes-Federação para os próximos três anos. O Jornal do(a) Professor(a) conversou com os professores Wellington Duarte (Adurn-Sindicato) e Flávio Silva (diretor administrativo do Adufg-Sindicato) eleitos – respectivamente -, presidente e vice-presidente da entidade para saber as perspectivas para o triênio 2024-2027.

Os novos dirigentes foram escolhidos por meio de votação entre membros do Conselho Deliberativo (CD), que é formado por membros indicados pelos sindicatos federados. Também disputaram os cargos os professores Raquel Nery (Apub) e Enio Pontes (Sind-Proifes). “Os próximos três anos têm tudo para ser uma transição entre uma entidade que estava se constituindo politicamente e uma Federação que vai, a partir de agora, ter um protagonismo ainda mais positivo”, avalia o novo presidente.

Wellington ressaltou, ainda, que a Proifes será pautada pelo diálogo sem sectarismo. “São condutas que guiarão o nosso mandato em todas as suas perspectivas”, reforçou o presidente. Flávio, por sua vez, destacou que o processo de escolha dos novos dirigentes reforçou o espírito democrático da entidade e garantiu total isonomia entre os sindicatos federados. “É fundamental estarmos juntos para fazer com que a Federação cresça e tenha ainda mais destaque no movimento sindical”, assegurou.

Na entrevistas, os docentes também reforçaram a importância da articulação do movimento sindical em todas as áreas dos serviços públicos, seja a nível nacional ou internacional. As relações construídas com a Internacional da Educação na América Latina (IEAL), com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) foram alguns exemplos dados de boas práticas de articulação a serem seguidas.

“Precisamos ampliar, cada dia mais, nossas parcerias. Somente assim, o movimento sindical será, de fato, ouvido e terá suas pautas devidamente atendidas”, disse Wellington.

Reajuste salarial
Os novos gestores também abordaram uma das principais demandas da categoria: o reajuste salarial. Considerando-se as perdas acumuladas dos últimos anos, que somam mais de 30%, o professor Flávio sintetiza: “A nossa categoria está sem paciência, porque é muito tempo com uma defasagem alta”. 

Apesar da proposta de aumento nos auxílios alimentação, creche e saúde, e da previsão de reajuste para 2025 e 2026 apresentadas pelo Governo Federal, os novos dirigentes da Proifes se mostram incertos quanto a campanha salarial de 2024. “É muito complicado hoje conseguir reajuste linear por uma questão orçamentária”, resumiu Wellington.

O presidente eleito explica que o atual contexto político favorece o diálogo. Apesar da composição conservadora do Congresso Nacional, a atual gestão do Executivo abre espaço para discussões caras à classe dos docentes. Assim, existem duas linhas principais de atuação para o próximo exercício: a luta pelo reajuste linear com todos os servidores públicos federais e as negociações de carreira feitas em mesas específicas.

“Nós temos que recuperar a defasagem salarial que os professores e as professoras das universidades federais amargam nos últimos anos”, concluiu Flávio.

20 anos de história
Em 2024, a Proifes completa 20 anos de sua fundação, ainda enquanto fórum, em outubro de 2004. Ao longo dos anos, a entidade esteve envolvida em diversos movimentos de repercussão nacional. As negociações para criação da classe de Associado, em 2006, a conquista da paridade entre ativos e aposentados, em 2007, e a criação das carreiras de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), em 2008, são apenas alguns exemplos de conquistas.

Para além das lutas da classe dos docentes das IFES, a Proifes se envolve com diversas questões políticas de relevância nacional. Desde a participação na fundação do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), passando pela mobilização contra as Reformas da Previdência e Administrativa, até os desafios impostos pela pandemia do Coronavírus:  a Federação se faz atuante nas questões sociais mais relevantes à educação.