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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 21/02/2024 - Jornal do Professor
Há seis meses em funcionamento, campus da UFG em Aparecida de Goiânia enfrenta problemas de infraestrutura
O campus Aparecida de Goiânia da Universidade Federal de Goiás (UFG) entrou em funcionamento em setembro de 2023. Antes, os cursos que compõem a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) funcionaram por quase dez anos de forma provisória nas instalações da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Ou seja, centenas de estudantes se formaram na UFG sem conhecer as instalações da própria instituição.
Apesar do pouco tempo de funcionamento, o novo campus já tem sido alvo de diversas queixas por parte de professores, técnicos e estudantes. Entre as principais, estão o mau funcionamento da rede de internet, a logística do transporte público, a inconstância no fornecimento de comida, questões estéticas e o atraso na instalação de equipamentos.
A reportagem do Jornal do(a) Professor(a) visitou o local em janeiro de 2024 para verificar de perto os problemas. Um docente da unidade, que preferiu não se identificar, conversou com a equipe e compartilhou algumas insatisfações recentes. Segundo a fonte, equipamentos já entregues ainda não foram instalados, o que dificulta o desempenho das atividades da comunidade acadêmica. Ele também reclamou da irregularidade da conexão de internet. “As melhoras estão em slow motion”, lamentou.
No local, a reportagem flagrou entulhos em corredores ou nas escadas e laboratório novos inoperantes. Além disso, foi constatado que o espaço de alimentação boa parte do tempo fechado, uma vez que o campus faz uso de um espaço improvisado que serve café da manhã e almoço em horários específicos. “Se você chegada atrasada, por exemplo, você fica sem opção”, relatou uma estudante ouvida no local.
Entre os alunos, uma das principais reclamações está relacionada ao acesso ao campus por meio do transporte coletivo. No início, os ônibus da linha 555 saíam do Terminal Araguaia e do próprio campus em horários muito pontuais, como no início da manhã, no horário de almoço e mais próximo do fim da tarde. Essa dinâmica se mostrou improdutiva para estudantes que, por exemplo, tinham aula apenas na metade da manhã ou na metade da tarde, tornando o espaço inacessível. Agora, após negociações com a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), existem horários intermediários para a linha.
Atualmente, o campus Aparecida de Goiânia abriga os cursos de Engenharia de Transportes, Engenharia de Materiais, Engenharia de Produção e Geologia. O local também oferece dois programas de mestrado. No total, são mais de 630 estudantes e cerca de 95 servidores que frequentam o espaço.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a direção da FCT para saber se há previsão para que os problemas sejam solucionados. Apesar de reconhecer que “as condições não são as ideais”, o diretor da unidade, professor Júlio César Valandro, destacou a conquista das condições básicas para operação e os indicativos de uma melhora gradual. “O campus Aparecida de Goiânia tem se fortalecido e ganhando cada vez mais consolidação”, afirmou.
Sobre a situação da internet, o diretor Valandro explicou que o material disponível anteriormente deixava a desejar, mas que novas máquinas que auxiliam na questão estão prontas para serem instaladas. “Em duas semanas, nós já vamos ter um sinal muito melhor, e chegarão mais equipamentos que vão melhorar ainda mais”, garantiu.
No momento, segundo o docente, a prioridade da gestão é a construção de um restaurante ou cantina, já que a FCT ainda não conta com estrutura permanente para alimentação. Valandro afirmou que já houve sinalização positiva por parte da Reitoria da UFG para angariar recursos para construção de uma estrutura neste sentido. “Está no horizonte”, garantiu o gestor.
Para além dos reparos necessários, há previsão de crescimento. Valandro conta que existem tratativas para criação de uma quinta graduação, de um terceiro programa de mestrado (já aprovado pela Capes), além das negociações para criação de um complexo multiuso, com espaço poliesportivo, na unidade.
Histórico
O prédio do campus Aparecida de Goiânia começou a ser construído em 2015 e a obra foi finalizada em setembro de 2018. A ocupação inicial, prevista para 2019, precisou ser adiada por falta de estruturas básicas externas à universidade, como rede de água e energia. Entre 2018 e 2023, foram feitas negociações com poderes oficiais a fim de garantir tais instalações. Em setembro de 2023, o novo campus finalmente foi ocupado.