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Educação midiática precisa de participação popular
Fonte: Folha de S. Paulo
Apesar de o Brasil ter uma tradição internacionalmente reconhecida no campo da educomunicação e dos estudos acadêmicos sobre mídias, a educação midiática vem ganhando mais espaço no debate público nos últimos anos, o que está diretamente ligado ao complexo cenário de poluição informacional que estamos vivendo.
O interesse pelo tema cresceu, muito pela atuação do terceiro setor para difundir essa pauta tão urgente, mas pelo menos até agora pouco se viu em termos de políticas públicas criadas e implementadas por instâncias municipais, estaduais e federal. A educação midiática enfim passou a fazer parte dos projetos da nova gestão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) de forma contundente, com uma perspectiva de atuação sólida para combater discursos violentos e mitigar o contexto de desinformação e ataques contra a democracia.
Além da criação de uma Secretaria de Políticas Digitais com uma Coordenação-Geral de Educação Midiática (CGEM), também em janeiro a Presidência da República sancionou a Política Nacional de Educação Digital, cujo texto inclui a educação midiática, um grande passo para que o desenvolvimento de habilidades para o mundo conectado não seja apenas instrumental, mas considere o pensamento crítico e a fluência digital para a análise de mensagens e textos de mídia em qualquer formato (dos impressos aos virtuais).
Em aberto, à espera da participação popular, estão duas medidas: uma consulta pública e o próximo Plano Plurianual (PPA). No caso da primeira, trata-se da construção do texto da política nacional de educação midiática que será implementada pela CGEM. Até agora, foram recebidas mais de 80 contribuições da sociedade na plataforma Brasil Participativo. O prazo para comentar o documento termina no dia 30 de junho. Qualquer pessoa pode participar.