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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 30/01/2025 - Notícias

Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos: Adufg-Sindicato conta com acervo em biblioteca aberta para docentes e comunidade

Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos: Adufg-Sindicato conta com acervo em biblioteca aberta para docentes e comunidade
Biblioteca do Adufg-Sindicato conta com exemplos disponíveis para serem locados

Neste dia 30 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. O dia foi criado em alusão à primeira HQ que foi publicada no Brasil, em 1869, na revista Vida Fluminense. O autor foi o cartunista Angelo Agostini, que conseguiu, na publicação, compor uma história em sequência de quadrinhos, que mesclavam textos e imagens: daí surgiu “As Aventuras de Nhô-Quim”. .

Após 156 anos, esse gênero literário ainda tem espaço - mesmo que mais singelo do que há alguns anos - no coração dos leitores. Mas há quem pense que o formato em história em quadrinhos é voltado apenas para o público infantil. Tese, essa, que é descartada pelo professor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rubem Ramos. 

Ele explica que a história em quadrinhos pode cumprir uma importante função social, de levar à reflexão a vários temas, como economia, cultural, religião, sociais, de acordo com o contexto e a época ao qual o enredo está inserido. Além disso, as HQ’s tem vários formatos. O mais conhecido deles é o gibi, mas também existem o álbum encadernado, a edição de luxo, a graphic novel e o fanzine. 

Preço 

Uma pesquisa da Nielsen BookScan, instituição que coleta dados do mercado editorial do Brasil, aponta que os quadrinhos tiveram um aumento de preço de 23% entre 2020 e 2023. O preço médio é de R$ 41,27. Apesar disso, o setor apresentou queda de 14% no número de vendas em relação aos anos anteriores, que apresentaram crescimento. 

Rubem pontua que é sentido o aumento no consumo devido aos formatos chegarem à versão digital, mas que isso reflete no consumo pirata das histórias. “Ao mesmo tempo em que o quadrinho, hoje, na maior parte das vezes, é um produto ou um formato de leitura e de mídia um tanto quanto mais caro, porque hoje você produz, você confecciona quadrinhos com papel de maior qualidade e diferentes. Então, há um preço maior. E cada vez menos você os encontra nas bancas jornais do Brasil. Com a internet, você acha hoje uma profusão também de quadrinhos no formato digital e eletrônico. E, muitas vezes, eles são acessíveis a custo zero”, pontua. 

Expressão de Memórias

O professor, que relembra o primeiro quadrinho que leu - Guerras Secretas, da Marvel, publicado no Brasil entre 1986 e 1987 -  foi convidado para escrever o capítulo 10 do Livro “Expressões da Memória” e o destinou para falar sobre as histórias em quadrinhos como fio condutor dessa análise. Ele conta que o convite permitiu dar um novo horizonte sobre as histórias retratadas em quadros que, como ele mesmo pontua, nem sempre precisa vir acompanhada de texto.

“Tem gente que pensa que, até hoje, eles são uma leitura voltada unicamente para o lazer, para o entretenimento, para o passatempo. E a ideia de colocá-los também como expressões da memória se deu para pontuar especificamente que os quadrinhos em diversos dos seus gêneros podem ser encarados como registros socioculturais de períodos específicos da evolução humana”, pontua. 

Consumo 

O consumo das histórias em quadrinhos é facilitado pelo formato e pode ser consumido em qualquer lugar. Até mesmo dentro do transporte coletivo no trajeto de retorno para casa. Foi o caso de Jaciara da Luz Cunha, de 25 anos, que locou, na biblioteca do Adufg-Sindicato, a história em quadrinhos “Como ser adulta e outras (im)possibilidades”, da ilustradora Lila Cruz. 

Para Jaciara, as histórias em quadrinhos são práticas, mas sem perder a riqueza de detalhes e que levam a uma verdadeira imersão no universo ali retratado. “É divertido ver os traços gráficos da autora, conhecer a sua identidade visual e o que ela escolhe ou não mostrar. Fiz a leitura desse livro, por exemplo, dentro de um ônibus enquanto retornava para casa. A autora decidiu ilustrar a si mesma em diferentes situações da sua vida, o que criou uma harmonia perfeita com o enredo, que era sobre a vida dela”, afirma. 

Esse e outros títulos

O livro que Jaciara leu e indica está disponível no acervo da biblioteca do Adufg-Sindicato. Jaciara faz parte da comunidade geral que locou o exemplar. Assim como esse, a biblioteca ainda conta com outros títulos. Alguns são de histórias conhecidas do grande público, mas que ganharam uma nova versão.

  • "Dom Quixote: em quadrinhos", texto e ilustração de Ziraldo;

  •  "O meu pé de laranja lima", de José Mauro de Vasconcelos, adaptação e

roteiro de Luiz Antonio Aguiar, ilustração de Arthur Garcia;

  • "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carrol, tradução de Julia da

Rosa Simões, adaptação e roteiro de David Chauvel, ilustração de Xavier

Collette;

  • "Um corpo na biblioteca", de Agatha Christie, tradução de Alexandre

Boide, adaptação de Dominique Ziegler, ilustração de Oliver Dauger;

  • "Como ser adulta e outras (im)possibilidades", texto e ilustração de

Lila Cruz.

A biblioteca está aberta todos os dias, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Para conseguir fazer a retirada do livro, o interessado deve realizar um cadastro que é feito na hora. É necessário trazer os documentos pessoais e um telefone para contato. O empréstimo é válido por uma semana, podendo ser estendido por mais duas vezes.