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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 05/07/2023 - Jornal do Professor
Após aposentadoria, professores se reinventam e se dedicam a novas atividades
A aposentadoria é um momento aguardado por todos aqueles que dedicaram grande parte da vida ao trabalho. Acostumados com a rotina cansativa e cheia de atividades, é comum que os recém-aposentados encontrem dificuldades em lidar com o fim da carreira profissional. Estudos realizados pelo Institute of Economic Affairs (IEA) apontam que deixar de trabalhar pode trazer riscos para a saúde mental. Ainda de acordo com a pesquisa, a aposentadoria pode elevar em cerca de 40% as chances de desenvolvimento de depressão.
Tendo em vista as previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que, em 2060, 1 em cada 4 brasileiros terão mais de 65 anos, a saúde mental dos aposentados trata-se de uma grande preocupação. Encontrar maneiras de driblar questões como o isolamento social, as preocupações financeiras e o tempo livre contribui para uma aposentadoria saudável. Neste sentido, muitos idosos passam a se dedicar a novos hobbies e atividades.
Para o professor aposentado Salvador de Carvalho, do Instituto de Ciência Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/ UFG), a chegada da “melhor” idade veio acompanhada pelo descobrimento de uma nova vocação: a pintura. Depois de passar mais de 30 anos dedicado à docência, a aposentadoria fez com que o professor buscasse outras maneiras de preencher o tempo livre. Foi assim que Salvador começou a fazer aula de pintura oferecida pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) e se dedicar à arte.
“Depois de aposentado eu comecei a pensar ‘o que eu faço agora?’. Nesse momento, uma antiga colega me convidou para fazer aulas de pintura e eu resolvi tentar. Comecei pintando paisagens bem simples e fui evoluindo, até chegar em artes mais abstratas. Dentro desta linha, eu me encontrei e foi uma maneira de preencher o tempo livre, além de desenvolver uma nova habilidade”, conta Salvador.
O artista já realizou três exposições no Adufg-Sindicato e se prepara para a próxima, que será em setembro. “A pintura me ajudou muito a passar pela aposentadoria, porque ela cobre o meu tempo. Ela me envolve de tal maneira que às vezes eu começo um trabalho e quero terminar logo para ver como ficou. Porém, preciso esperar a tinta secar, ver onde estão os erros. Então, também é um trabalho que exige paciência”, acrescenta o professor
Grupo Travessia
O Adufg-Sindicato conta com uma série de atividades voltadas para atender as necessidades de professores aposentados. Além de disponibilizar aulas de pintura, dança, coral, amigurumi, entre outros cursos, a entidade tem um grupo formado exclusivamente por idosos que se reúne frequentemente para propor novos projetos e atividades. Trata-se do Grupo Travessia - Aposentados/Adufg, que completou 13 anos em maio deste ano.
A atual coordenadora do projeto, professora Nancy Esperança Lopes, ressalta a importância do grupo. “O Travessia começou com apenas sete pessoas. No início, tivemos como proposta ser um grupo para viagens, mas, ao longo do tempo, ampliamos as atividades e desenvolvemos diversas propostas culturais e de entretenimento”, diz. Antes dela, o grupo foi coordenado durante sete anos pela diretora de Assuntos de Aposentadoria e Pensão, professora Ana Christina Kratz.
“Os aposentados participavam pouco das atividades do Adufg, principalmente porque não existiam muitas atividades sociais voltadas para esse grupo. Então, idealizamos a iniciativa para mudar esse quadro”, explica a professora. “Para nós, aposentados, é fundamental ter esse espaço dentro do Adufg, porque com o fim da carreira, nós acabamos perdendo o vínculo com a universidade. As atividades realizadas pelo Travessia nos ajudam a passar por essa fase com qualidade de vida e cercados de amizades”, finaliza a diretora.