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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 03/06/2020 - Notícias
G1: UFG desenvolve teste para Covid-19 usando chip de baixo custo
Modelo custa quase 40 vezes menos do que um tradicional. Teste também detecta a presença do coronavírus nos primeiros dias de circulação pelo organismo.
A Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um chip de baixo custo capaz de detectar o coronavírus ainda na fase inicial da doença. O teste tem o valor quase 40 vezes mais baixo que o de um convencional. A expectativa é que o novo modelo esteja disponível em dois meses.
Esse tipo de chip já é usado pela ciência em outros campos de pesquisa. Porém, nos laboratórios da UFG, ele foi adaptado para detectar a presença do vírus. A aplicação dele é fácil, basta colher uma amostra do paciente e colocar no chip junto com reagentes, que são produtos que aumentam o material genético do vírus.
O chip é aquecido por 10 minutos. Em seguida as substâncias presentes no teste são misturadas. Para isso, basta usar um brinquedo que gira rapidamente e que já foi febre entre as crianças.
Todo o processo leva menos de 2h. o resultado é feito usando uma luz ultravioleta. Nos casos positivos, o chip fica com uma cor verde. Os testes que dão negativo continuam transparentes.
“Requer equipamentos de baixo custo e isso facilita tanto na aplicação, quando na coleta de amostra e até mesmo no diagnóstico final. Até uma pessoa que não fosse enfermeiro saberia ler o resultado”, disse a aluna de doutorado da UFG, Kézia de Oliveira.
O custo para produção dos testes é outro fator que chama a atenção. Enquanto os feitos em laboratórios particulares custam a partir de R$ 200, o chip desenvolvido na universidade custa cerca de R$ 5.
Os pesquisadores explicam que, mesmo simples, barato e de fácil utilização, o chip é, sim, confiável.
“Comparado ao método padrão ouro, ele é 10 mil vezes mais sensível. Ele consegue detectar 10 mil vezes uma quantidade menor do vírus no corpo do paciente. Isso quer dizer que no primeiro dia que o paciente sentiu os sintomas, você já conseguiria detectar a presença dele ou até mesmo para aqueles que não têm sintomas, mas o vírus já está circulando pelo corpo”, disse a professora e pesquisadora da UFG, Gabriela Rodrigues Mendes.
Durante a pesquisa, as mesmas amostras aplicadas nos chips desenvolvidos pela UFG foram aplicadas em outros testes que já estão disponíveis no mercado. O resultado foi o mesmo para ambos.
Agora, os pesquisadores esperam disponibilizar o chip em breve para ser usado no combate ao coronavírus. “Países que conseguiram testar mais a população foram países que conseguiram controlar mais a pandemia. Então a gente sabe que os testes são extremamente importantes para a quarentena, para isolar o paciente a tempo, dar um tratamento adequado”, completou a professora.