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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 05/03/2025 - Notícias

Pesquisa quer saber o perfil dos trabalhadores da escala 6X1; veja como responder

Pesquisa quer saber o perfil dos trabalhadores da escala 6X1; veja como responder

O Observatório do Estado Social Brasileiro continua a pesquisa para traçar o perfil dos trabalhadores que atuam em escala 6x1. Até o momento, o formulário - que pode ser respondido aqui - já conseguiu mais de 2,8 mil respostas, chegando a mais de 365 municípios brasileiros. O Adufg-Sindicato é a favor da proposta por entender que esse modelo de escala é arcaico, tem afetado em vários aspectos negativos a vida do trabalhador e não condiz com a realidade de vários países desenvolvidos.

O professor de Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais, Tadeu Alencar Arrais, que é integrante do Observatório, destaca que a escala 6x1 impacta em adoecimento e leva à exclusão do trabalhador em um conjunto de atividades, como estudo e lazer. Além disso, destaca que a escala reflete um grau de visão política e econômica atual muito empobrecida. 

Além disso, ele pontua que o debate em questão não é a quantidade de trabalho, mas, sim sobre qualidade de trabalho e de vida do trabalhador. 

Perfil 

O objetivo de traçar um perfil, segundo Tadeu, é importante porque a concepção de trabalho vai muito além do que é abordada atualmente.  “A gente tem que entender quais as condições de trabalho, as expectativas do trabalho em relação ao progresso material e econômico, a partir da função que executa”, destaca. 

O formulário conta com 26 perguntas. Dentro os parceiros, ele cita o Adufg-Sindicato, o projeto Manhã Brasil e o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro. O objetivo é fazer com que os dados sejam levantados e mapeados de maneira formal, conforme já é feito pelo Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) e também um e-book que fará uma reflexão sobre o mercado de trabalho brasileiro. 

Segundo ele, sobre as respostas, Goiás é o segundo estado que mais respondeu o questionamento, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro.  A lista de estados com maiores respostas ainda conta com São Paulo, Bahia, Ceará e o Distrito Federal. 

Resultados 

A pesquisa já trouxe alguns resultados que chamam atenção, segundo o professor. Como fato da escala 6X1 está predominantemente ligada a hipermercados, supermercados, atacarejos em geral, call center, padarias e farmácias. Se trouxermos exemplos por gênero ele cita a função de operadora de caixa - que está dentro da escala 6x1 - e que é ocupada em sua maioria por mulheres. 

Que os jovens são a maioria em empregos de escalas 6x1 e que boa parte dos trabalhadores que responderam as questões moram a mais de 15 quilômetros do serviço. “Estamos falando que uma pessoa que sai de casa, vai pro trabalho, vai para a faculdade e retorna para casa, anda, em média, uns 40 quilômetros por dia. Essa é a situação dos nossos alunos”, pontua.