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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 26/02/2025 - Notícias

Filiados do Adufg-Sindicato desenvolvem pesquisa que abre novas possibilidades na compreensão do metabolismo e diagnóstico de doenças

Filiados do Adufg-Sindicato desenvolvem pesquisa que abre novas possibilidades na compreensão do metabolismo e diagnóstico de doenças

Você sabe para que serve a cera de ouvido? Muito além de proteger e lubrificar o ouvido contra insetos, poeira e corpos estranhos, a análise dessa substância tem aberto novas possibilidades para os pesquisadores do Instituto de Química da UFG. 

Os professores Nelson Roberto Antoniosi Filho e Anselmo Elcana de Oliveira são filiados do Adufg-Sindicato e membros do Laboratório de Métodos de Extração e Separação (Lames). Eles constataram que a análise da cera de ouvido pode apresentar alterações metabólicas fundamentais no diagnóstico de doenças em bovinos e humanos. Em parceria com o sindicato, o projeto já cadastrou 41 voluntários .

Em entrevista, Nelson conta que, desde a década de 1990, já havia o interesse em analisar a amostra que, apesar de negligenciada, poderia gerar ricas informações acerca do metabolismo de humanos e animais. 

“As grandes inovações científicas são feitas com aquilo que ninguém espera. Quando você une uma coisa que você não dá valor, como a cera de ouvido, com algo muito importante, que é o câncer, por exemplo, criamos o que se chama de ciência disruptiva, abrindo novas fronteiras dentro da ciência”, afirma o pesquisador.

Após a avaliação inicial, cada um dos participantes será atendido de forma individual, com base na verificação dos cuidados necessários para a garantia da qualidade de vida. Aqueles que não necessitarem de intervenção também serão convocados para novas avaliações, visando o controle dos índices metabólicos.

Resultados alcançados

Nelson conta que a análise do cerúmen, por ser um secremento, já possibilitou auxiliar no diagnóstico do Câncer e Diabetes, por meio das alterações metabólicas ocorridas nas células defeituosas. 

Uma outra etapa da pesquisa, que está sendo desenvolvida atualmente, procura ampliar as possibilidades de análise para outras doenças metabólicas, como o Parkinson e o Alzheimer. 

“Essas doenças deixam rastros químicos nas secreções que o organismo produz, e o cerúmen é uma dessas secreções. Analisando essa composição química, nós conseguimos dizer se uma pessoa está com alterações metabólicas que podem levar a essas doenças”, esclarece o pesquisador.

Ao ser questionado sobre a periodicidade do estudo, Nelson afirma que não há um prazo definido para sua finalização, mas há a possibilidade de que resultados mais concretos sejam divulgados dentro de alguns anos, como parte de pesquisas de pós-graduação.

“A pesquisa não tem prazo para ser concluída, porque é um aprendizado diário que a gente tem. A nossa ideia é que, pelo menos daqui a dois anos, no máximo, a gente já tenha informações sobre essas doenças neurodegenerativas, a ponto de compreender parte do seu metabolismo. A partir daí, trabalharemos para desenvolver um diagnóstico que possa nos ajudar a prevenir os efeitos e diminuir os impactos que essas doenças podem causar”.

Uma outra vertente da análise ocorre também junto a ovelhas e bovinos. Os estudos detalharam as reações metabólicas que ocorrem durante o processo de prenhez dessas espécies, assim como quando há intoxicação de bovinos pela ingestão de plantas venenosas.