Brasil fica em 1° lugar na Olimpíada Pan-Americana de Matemática para Garotas; professora da UFG é uma das líderes da equipe

A equipe brasileira ficou em 1° lugar na edição deste ano da Olimpíada Pan-Americana de Matemática para Garotas (Pagmo, da sigla em inglês). No total, foram três medalhas de ouro e uma de prata, colocando as meninas brasileiras na primeira colocação do ranking geral. O evento aconteceu em Durango, no México, e teve fim na última sexta-feira (29). Entre as líderes da equipe, está a professora Ana Paula Chaves, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade Federal de Goiás (UFG). 

As estudantes Camila Maeda Shida, de São Paulo, Sophia Li Ci Liu, também da capital paulista, e Julia de Paula Pessoa Leguiza, do Ceará, conquistaram medalha de ouro na competição. Julia Galdino Tiosso Lopez, de São Paulo, alcançou a medalha de prata. As professoras Ana Paula Chaves e Luize D’Urso acompanharam as quatro estudantes enquanto líderes de equipe. 

Ao todo, foram dois dias de provas, cada uma com três problemas e 4h30 de duração, abordando os seguintes temas: Álgebra, Geometria, Combinatória e Teoria dos Números. “São pouquíssimos alunos que têm condições de resolver esses problemas”, explica Ana Paula, ao dizer que, para além dos conhecimentos técnicos, é preciso criatividade para encontrar possíveis soluções. 

A próxima edição da Olimpíada Pan-Americana de Matemática para Garotas acontecerá no Brasil, e a organização será feita pelas responsáveis pelo Torneio Meninas na Matemática. 

Ao Adufg-Sindicato, Chaves explica que “nós, aqui no Brasil, temos um processo seletivo para exatamente extrair o que nós julgamos ser as quatro melhores estudantes para representar o país”. Os profissionais responsáveis por selecionar as garotas que participarão do Pagmo, selecionam as estudantes de maior destaque em provas nacionais, como a Olimpíada Feminina de Matemática e a Olimpíada Brasileira de Matemática, e então as convidam para participar de processo seletivo específico. Após todas as etapas, “as quatro melhores dentro desse ranking são oficialmente convidadas a ser a equipe brasileira dessa competição”, resumiu. 

Uma regra da competição é que as participantes não podem ter 17 anos no ano da competição, ou seja, somente alunas do ensino fundamental e médio podem participar. Neste ano, apenas estudantes da rede privada de ensino representaram o Brasil na competição internacional. 

Importante destacar que o envio de uma comissão completa do Brasil para a competição foi possível graças ao patrocínio da BTG Pactual. Além disso, existe parte significativa da verba envolvida no envio da equipe brasileira que vem do CNPQ, através da Associação da Olimpíada Brasileira de Matemática, e alguns dos colégios das estudantes também contribuem com parte dos custos das viagens. 

O evento

A Pagmo é organizada por um comitê conhecido como “advisory board” composto exclusivamente de mulheres ligadas à Matemática. Em sua maioria, são estudiosas da América, com algumas exceções para membros da Espanha e Portugal. O evento acontece desde 2021, e teve duas edições virtuais (devido à pandemia de Covid-19) e duas presenciais. 

As vencedoras dessas competições ficam sob destaque das maiores instituições de pesquisa do planeta, tendo várias estudantes brasileiras sido recrutadas para continuação de seus estudos no exterior. “Temos umas quatro alunas que representaram o Brasil fora, que hoje estão no M.I.T.”, exemplificou.