Professora paquistanesa é a primeira mulher do IQ/UFG a se tornar membro da Academia Brasileira de Ciências

A paixão pela química orgânica trouxe a professora Sumbal Saba do Paquistão para a Universidade Federal de Goiás (UFG), de onde conquistou uma cadeira na Academia Brasileira de Ciências (ABC). O feito é algo inédito para uma mulher no Instituto de Química da instituição.

A paquistanesa veio para o Brasil em 2012, selecionada para uma bolsa internacional financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para fazer doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Terminado o doutorado, retornou ao país de origem. Lá, chegou a trabalhar em uma universidade que lecionava somente para mulheres, mas, incentivada pelo marido e pelas oportunidades que aqui surgiram, decidiu voltar ao Brasil e ingressar em alguma instituição como docente.

Após cinco tentativas, conseguiu ser aprovada como professora titular de química orgânica no IQ/UFG. Nestes anos entre o Paquistão e o Brasil, muito mais do que as dificuldades ligadas à cultura e ao fato de ser uma mulher na ciência, Sumbal destaca a barreira do idioma. Além das atribuições necessárias para ser aprovada em um concurso para docente, era preciso dominar a língua portuguesa, habilidade necessária para participar do processo seletivo e dar aula aos estudantes brasileiros. “Eu gostava da língua portuguesa, por isso consegui aprender português em menos de um ano”, conta a professora.

No Brasil, mais especificamente em Goiânia, Sumbal construiu seu lar. Teve uma filha, que já nasceu rodeada de cientistas e apaixonados por química, e fundou o Laboratório de Síntese Sustentável e Organocalcogênio (LabSO), de onde dirige pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos compostos com aplicação farmacêutica contra doenças como câncer e Alzheimer.

No dia 3 de setembro deste ano, Sumbal foi diplomada membro filiada da ABC da Regional Minas Gerais e Centro-Oeste, cargo em que permanecerá até dia 31 de dezembro de 2028. Tudo em sua vida, desde o marido, que conheceu na universidade, até o país que escolheu para morar, foi conquistado por meio de sua dedicação à ciência. A paixão pela química é o que a moveu até aqui e a move adiante, nos sonhos que a professora ainda pretende realizar. Toda essa trajetória, a cientista conta na entrevista para o Repórter-Adufg.

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