JP Online: professor critica falta de transparência em compras superfaturadas de picanha e cerveja

Após a divulgação de gastos em diversas guloseimas, a gestão de Jair Bolsonaro está envolvida em mais um escândalo de comilança. Dessa vez, foram apresentados dados para a Procuradoria-Geral da República sobre compras de 80 mil cervejas e 700 toneladas de picanha envolvendo militares. Nas aquisições foram apontadas um superfaturamento de mais de 60% se comparado com o preço em supermercados.

De acordo com Tiago Camarinha Lopes, doutor em Economia e professor no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de Goiás (UFG), o governo do atual Presidente da República é “muito obscuro” na divulgação de dados. “A maior gravidade disso é perceber que precisamos ter mais transparência sobre o uso de recursos públicos”, explica.

O professor também destaca que “esse governo é inimigo do povo”. “Várias notícias ao longo desses anos sobre essa administração estão mostrando que o mal uso do dinheiro público é uma característica forte desta gestão”, expõe Tiago. “Isso tem que ser enfatizado, quando Bolsonaro foi eleito, existia uma esperança muito grande da população de que a corrupção ia acabar, que tinha terminado aquela ‘roubalheira’ que existia antes”, completa.

Guloseimas vs. Educação

Conforme divulgou o Observatório do Conhecimento, apenas os gastos com leite condensado do Presidente seriam capazes de financiar centenas de bolsas de pesquisa e iniciação científica. O montante de R$ 15 milhões gasto no alimento seria suficiente para 592 bolsas de doutorado ou 869 bolsas de mestrado. Além de poder custear 3,2 mil bolsas de iniciação científica.