(JP Online): Com 68,1% de abstenção, primeiro dia de prova digital do Enem foi marcado por erros e críticas ao modelo

O primeiro dia de provas digitais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou ainda mais abstenções do que as provas presenciais. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 68,1% dos candidatos deixaram de fazer as provas. Além disso, falhas técnicas nos computadores utilizados foram registrados, o que rendeu críticas ao plano de expansão do modelo até 2026.

No total, 34,5 mil candidatos fizeram a prova e 58,4 mil inscrito não compareceram. Segundo o Inep, 174 alunos pediram reaplicação por doenças infecciosas, entre elas, o coronavírus (Covid-19).

Os altos números de abstenções no Enem já haviam sido registrados nas provas presenciais. Em 17 de janeiro, 51,5% dos candidatos não compareceram, ao passo que, no dia 24, o índice foi ainda maior: 55,3%. Diversas entidades tentaram adiar as provas na Justiça por causa da pandemia.

Em entrevista ao Jornal Nacional, a ex-presidente do Inep, Maria Inês Fini, ressaltou que a pandemia aumentou as desigualdades entre os estudantes, dificultando ainda mais o acesso ao ensino superior entre os alunos de escolas públicas. “O Enem foi criado e aperfeiçoado para ser um processo de inclusão, mas, agora, acabou se tornando um processo de exclusão. A pandemia veio escancarar a grande dificuldade dos alunos de instituições públicas”, explicou.