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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 01/02/2021 - Jornal do Professor
(JP Online): Sob clima tenso, Câmara e Senado elegem novos presidentes nesta segunda-feira
“Os candidatos do governo são favoritos e isso pode fortalecer as pautas de costumes e dificultar o impeachment de Bolsonaro”, afirma a professora de Ciências Políticas, Denise Paiva, da Faculdade de Ciências Sociais (FCS-UFG). Em clima tenso, Câmara e Senado elegem seus presidentes nesta segunda-feira (01/02).
Entre os deputados, a disputa têm como principais candidatos Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, e Baleia Rossi (MDB-SP), que conta com o apoio do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Lira chega na votação como favorito, uma vez que Bolsonaro interferiu ao seu favor com promessas de liberação de verbas e até negociações sobre uma possível reforma ministerial.
No Senado, a vitória de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é dada como certa. Ele é apoiado pelo bolsonarismo e pelo atual presidente, David Alcolumbre (DEM-AP). Sua principal adversária é Simone Tebet (MDB-MS), que disputa o cargo sem o apoio formal do seu próprio partido.
Para a professora Denise Paiva, mesmo com a eleição dos seus candidatos, Bolsonaro terá que negociar muito com o centrão, bloco de partidos de centro e de direita conhecidos como adeptos do ‘toma lá, dá cá’ (apoio em troca de cargos e verbas. “Fazer reformas e passar PECs com maioria qualificada pode ficar difícil porque os partidos que perderem também vão jogar o seu jogo. Podemos ter um acirramento”, avalia a docente. “Caiu o discurso do presidente de que não negociaria com partidos e que faria uma nova política”, explica.
A docente acredita, ainda, que, para a universidade, a ciência e a educação, o cenário não deve ter grandes alterações com as eleições do Congresso. “Provavelmente, continuaremos com o orçamento apertado e cortes. A universidade deve continuar tendo que lutar para se manter em funcionamento. Ou seja, não melhora nem piora”, conclui.
Com a interferência do Planalto, que resultou até mesmo na saída do DEM do Bloco de Baleia Rossi, o atual presidente da Câmara cogitou aceitar um dos mais de 60 partidos de impeachment contra Bolsonaro. A declaração teria sido dada em reunião noite de domingo (31). Desde o início da manhã de hoje, governistas tentam demover Maia da ideia.