(JP Online): Brasil é o 11º país que mais publica artigos científicos sobre Covid-19 no mundo

O Brasil ocupa a 11ª posição no ranking mundial de países que mais publicaram artigos científicos sobre o novo coronavírus (Covid-19). Até 17 de outubro, cientistas brasileiros foram responsáveis por 4.029 publicações, o que levou o Brasil a ficar na frente de países, como Holanda, Japão e Suiça, por exemplo. O levantamento foi realizado pela Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica e utiliza a plataforma Dimensions, que é uma base de dados internacional com atualização diária.

O professor José Alexandre Felizola, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB-UFG), é um dos pesquisadores. Segundo ele, o resultado consolida a posição da ciência brasileira no mundo. “É uma posição muito boa e reforça o papel do Brasil na produção do conhecimento e mostra que, quando há uma situação de emergência, a academia e a pesquisa respondem de forma clara nas mais variadas áreas”, afirma.

Felizola também salienta que, apesar da falta de apoio por parte Governo Federal como um todo, o Brasil possui o Sistema Único de Saúde (SUS), que é forte e presente em todo o território. “Apesar do negacionismo do atual governo, a ciência funciona. Como temos um sistema único, por mais problemas que a gente tenha, ele funciona muito bem, então temos bons sistemas unificados de informação”.

O levantamento mostra que, embora o maior número de publicações seja da área da saúde, há conhecimento sendo produzido em todas as áreas, com destaque para as ciências biológicas e, entre as humanas, para a sociologia. As instituições que mais publicaram até agora foram a USP (729), pela FioCruz (261) e pela UFRJ (231).

“Apesar do desmonte todo que tivemos na academia principalmente em 2019, no momento da crise, respondemos muito rapidamente. Temos percebido isso desde o início da pandemia. É um trabalho de ciência básica, é a ciência como um todo que funciona desenvolvimento conhecimento sobre o problema”, disse o professor, destacando a natureza multidisciplinar das pesquisas. Como foi o caso dos trabalhos desenvolvidos aqui na UFG, UFCAT e UFJ, que englobam professores de diversas áreas, como Ecologia teórica, Farmácia, Física, Química, Matemática, das diversas engenharias, entre tantos outros.