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Autor: Ascom Adufg-Sindicato
Publicado em 20/11/2020 - Jornal do Professor
(JP Online): Apesar de crescimento, negros ainda são minoria nas câmaras e prefeituras
As últimas eleições municipais significaram um aumento da representatividade negra nas câmaras municipais e prefeituras. Entretanto, o número ainda está longe de refletir a realidade brasileira. Mesmo com a ausência dos dados consolidados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o site Gênero e Número fez um levantamento sobre esse índice. De acordo com a pesquisa, 44% dos vereadores e 32% dos prefeitos eleitos em 2020 são negros. Em 2016, o número era 42% e 29,2% respectivamente.
A proporção continua abaixo da parcela representada pela população negra no País, que abrange um total de 56%. Para a professora Luciana Elias, pró-reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e membro do Grupo de Trabalho (GT) de Direitos Humanos da Proifes-Federação, a representatividade ainda é baixa. “Ainda estamos longe de alcançar um número que expresse a diversidade étnica do Brasil nos poderes executivo e legislativo”, pontua.
A docente destaca que essa representatividade vai além de eleger um candidato. Ou seja, também é importante que a luta pela causa racial esteja presente nos debates políticos. “Precisamos que os representantes entendam e lutem pela causa de nossa ancestralidade, que levantem as nossas questões de diáspora, que saibam entender que o racismo estrutural no Brasil é uma verdade. É importante termos políticas públicas que estabeleçam e deem voz a população preta e parda, aos negros do Brasil”.
Luciana comemorou ainda a ampliação do debate sobre o racismo este em todo o mundo. “Com os meios de comunicação e as pessoas dando voz a essa luta, a nossa causa reverberou, tirou da casca as pessoas que não se achavam racistas”, completa.