(JP Online) Mulheres representam 16% dos vereadores eleitos em 2020

Nas eleições municipais do último domingo (15/11), nove mil vereadoras foram eleitas. Elas representam 16% do total, frente a 84% dos homens eleitos (47,3 mil). Os dados foram compilados pelo site Nexo, uma vez que os dados oficiais ainda não foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Parece pouco, uma vez que as mulheres representam 52,5% do eleitorado, mas o número representa um crescimento. Em 2016, foram eleitas 7,8 mil mulheres (13,5% do total).

Para a professora do curso de Ciências Sociais (Políticas Públicas) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fabiana da Cunha Saddi, esse o aumento registrado neste ano representa uma iniciativa por parte do eleitorado. “É uma escolha em votar no diferente, especialmente na Câmara dos Vereadores. Quem eu conheço que eu votaria?”, explica. No caso da prefeitura, ela ressalta que os votos foram mais conservadores. “A tendência foi votar naquele que se acredita que faz uma boa gestão, que já tem uma história, que é experiente”, ressalta.

A professora Denise Paiva, também da Ciência Política, concorda: “Os eleitores votaram de forma mais pragmática. Na prefeitura, votaram em um bom gestor. Na Câmara, avaliaram muito as questões locais. No voto urbano, vimos um aumento no voto de esquerda, que é mais crítico”.

De acordo com o G1, a cidade que mais elegeu mulheres desta vez foi Porto Alegre (RS): 11, de 36 vagas. Os dados são desanimadores já que este foi o primeiro pleito em que valeu a reserva de pelo menos 30% dos fundos eleitoral e partidário para financiar candidatas, conforme definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Temos um cenário desolador [em Goiânia] em que mantivemos o mesmo número de vereadoras e algumas não se reelegeram, mesmo com esta reserva”, destaca Denise. “Não houve um crescimento apesar do número de candidatas e de um esforço nesse sentido, estamos no mesmo patamar. Não houve qualquer avanço”, critica.