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Autor: Ascom Adufg-Sindicato

Publicado em 09/10/2020 - Jornal do Professor

(JP Online): Diretrizes do MEC para retorno de auas presenciais ignoram desigualdades estruturais

(JP Online): Diretrizes do MEC para retorno de auas presenciais ignoram desigualdades estruturais

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta semana, um guia com protocolos de segurança para orientar as redes de educação básica no retorno das aulas presenciais. No documento, o Governo Federal informa que segue orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas passa a responsabilidade para estados e municípios. Além disso, alguns pontos importantes não são abordados. Entre eles, a atual gestão não apresenta propostas ou orientações para que as desigualdades de estrutura escolar e de aprendizado entre os alunos sejam enfrentadas.

Para diretora de Assuntos Educacionais, de Carreira e do Magistério Superior do Adufg-Sindicato, professora Geovana Reis, que é docente da Faculdade de Educação da UFG, é preciso reconhecer que o longo período sem aulas presenciais trouxeram prejuízos pedagógicos e nas relações sociais, mas é fundamental ressaltar as lacunas das recomendações feitas. “Há uma série de aspectos que não foram abordados e que precisam ser tratados de forma mais detalhada”, avalia.

As diretrizes não consideram aspectos básicos, como o comportamento das crianças. Neste sentido, o guia orienta somente o uso obrigatório de máscaras, o distanciamento e o não compartilhamento de itens pessoais. “Fica visível uma ausência de mecanismos ou políticas públicas que tentem minimizar as desigualdades estruturais entre as escolas, especialmente nas escolas públicas. Não tem uma única linha sobre a estrutura mínima necessária para que a escola abra de forma adequada e não gere infecção pelo novo coronavírus”, explica Geovana.

Entre a comunidade escolar, a resistência ao retorno das aulas é grande. Diversas entidades ligadas à educação já s posicionara contra. O Fórum Estadual de Educação de Goiás, por exemplo, divulgou manifesto contra o retorno das aulas presenciais no Estado. Para Geovana Reis, a desigualdade tem sido um dos motivos de resistência. “Não há garantias de que não haverá infecção por Covid-19 de forma descontrolada”, destaca.