JP Online: Corte orçamentário nas universidades federais é inaceitável

Editorial

O Ministério da Educação quer cortar parte do orçamento de despesas discricionárias de universidades e institutos federais em 2021 em comparação com 2020. O corte deve ser de 18,2% em cada setor. Com o corte, é possível dizer que todas essas instituições podem parar em algum momento do próximo ano.

Causa estranheza ver que o governo de Jair Bolsonaro pretende reduzir ainda mais as condições de trabalho das universidades. A medida ocorre justamente em um momento onde nunca foi tão importante incentivar as atividades da comunidade acadêmica, que tanto tem contribuído de forma direta e indireta para amenizar os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil.

Esta não é a primeira vez que a atual gestão do País resolve reduzir verbas das universidades. Em 2019, por exemplo, o Ministério da Educação anunciou o corte de 30% no repasse para despesas de custeio e investimentos às universidades e institutos federais. Na época, o então ministro Abraham Weintraub associou o corte de verbas à prática de “balbúrdia” em universidades.

O novo corte vai dificultar ainda mais o trabalho das instituições de ensino superior do País. Vale ressaltar que as universidades, ao contrário do atual governo, são responsáveis por diversas ações – entre atividades da linha de frente e pesquisas -, da luta contra a Covid-19. É preciso lutar para que mais este ataque contra a educação não seja efetivado.